PATRONO 

DR. ROSMARINO DO REGO MONTEIRO (1923-2004)

DR ROSMARINO DO REGO MONTEIRO

DR ROSMARINO DO REGO MONTEIRO

Professor titular da Cadeira de Direito Constitucional da Universidade Federal do Piauí, Procurador do Estado do Piauí. Membro do Instituto dos Advogados Piauienses. Conselheiro da Ordem dos Advogados do Brasil, Secção do Piauí. Patrono do Centro Acadêmico de Direito da Universidade Federal do Piauí.

Na Concepção do Prof. Joaquim Alencar Bezerra, “o ilustre mestre (Rosmarino) é autêntica exceção, nesse mundo desvairado de materialismo, pragmatismo e desapego às causas do espírito, da alma e do coração. Ele é um verdadeiro oásis, fértil e verdejante, nesse deserto, árido e seco, da atual convivência humana. Nessa fase embrutecida em que vivemos, onde os valores éticos, morais e afetivos estão desaparecendo, quando o homem deixou de ser cavalheiro, não mais dispensando as merecidas atenções à mulher, o Professor Rosmarino a exalta e enobrece. Para ele, a mulher é ainda uma Deusa, cultuada, santificada, glorificada em todas as suas manifestações, e está esculpida com todo o amor e carinho em todas as suas aulas da saudade”.

Os diversos discursos proferido pelo Dr. Rosmarino do Rego Monteiro foram reunidos em livro e bastante elogiados pelos leitores como se vê no seguinte comentário:

“Li, prezado Professor e amigo, os seus discursos com atenção merecida. O seu estilo, simples (é uma virtude, Santo Tomás primou pela simplicidade) desataviado, livre de miçangas e ouropéis, comunica ao espírito uma impressão de leveza, de acentuada espiritualidade. Eis a razão de os bacharelandos (e todos que as têm ouvido) tanto admirarem e louvarem as suas aulas da saudade. Você tem o dom de fazer despertar, nas cordas íntimas do coração da juventude, a musicalidade natural, nelas adormida, e fazê-la jorrar, haurida de tais refolhos, em cavatinas de alcandorados sentimentos”.

Dois livros do Dr Rosmarino do Rego Monteiro merecem destaque, Vivência Universitária, em que reúne diversos discursos proferidos em aulas da saudade, e Memória de Viagens, uma espécie de diário de bordo em que conta passo a passo as impressões do autor sobre os lugares visitados. Tornando-se ainda um guia referencial para aqueles que desejam aventura-se em viagens pelo mundo.

Ao publicar Memória de Viagens, ressaltou o Dr. Rosmarino: “este livro trará, à memória dos companheiros, gratas recordações, pois aos 245 brasileiros de 16 Estados, do Amazonas ao Rio Grande do Sul, tenciono oferecer esta modesta obra turística”.

E reforça:

“O segundo motivo consiste em estímulo a que pessoas outras, dignando-se a ler este livro de memórias, sintam-se desejosas de viajar pelo mundo, conhecendo novos países, com suas belezas, tradições e costumes.

A fonte desta Memória, que é complementada com registros enciclopédicos, reside nas anotações feitas, nas informações dadas pelos guias, e nos mapas, folders e publicações atinentes a cada localidade, encontradiços nos hotéis. No que se refere a Jerusalém, dados importantes foram tirados no livro “Viagem à Terra Santa”, de Mozart Monteiro.”.

Em Memória de Viagens, o autor fala da experiência familiar quando diz: “Minha esposa Magnólia e filha Elkeane Maria, através da leitura desta obra, serão transportadas de volta aos muitos lugares visitados, com recordação plena do que conheceram, assistiram e usufruíram…”.

O Dr Rosmarino do Rego Monteiro nasceu em Valença do Piauí no ano de 1923 e faleceu em Teresina em 2004. 

PROFESSORAS HOMENAGEADAS 

ROSA SANTOS MARTINS CASTRO (1932) 

Rosa Santos Martins Castro (1932)

Rosa Santos Martins Castro (1932)

Rosa Santos Martins Castro, nasceu em 8 de novembro de 1932, nesta cidade de Valença do Piauí- PI, filha de José Martins de Castro e Silva e Odila Clementino Santos. Infelizmente não teve a chance de conhecê-los, pois ambos faleceram antes que ela completasse 3 anos de idade. Cursou o primário na Unidade Escolar Cônego Acilino em Valença do Piauí-PI, e o ginásio e curso normal no Colégio Sagrado Coração de Jesus em Teresina – PI, concluindo em 1952.

Antes de assumir de forma efetiva o cargo de professora da rede estadual de ensino, teve a oportunidade de exercer as seguintes funções no Colégio Santo Antônio: Professora de português, geografia, e trabalhos manuais de 5ª à 8ª série, e metodologia, didática e prática de ensino na Escola Normal.

Cursou Metodologia da Linguagem em Teresina-PI, conseguindo registro de número 56 de licenciatura.

Rosinha, como era mais conhecida, foi fundadora e recreadora do Jardim de Infância “Mãe do Céu”, entidade de ensino que funcionou na rua Aníbal Martins nesta cidade, na antiga residência do Professor Arimateias Coelho (in Memoriam).

Por força do concurso público estadual teve nomeação efetiva para exercer o cargo de professora do estado, a partir de 12 de março de 1955, quando passou a trabalhar na Unidade Escolar Cônego Acilino. Em 15 de abril de 1961, assumiu a direção da Unidade Escolar supracitada.

A 28 de agosto de 1974, foi nomeada como Superintendente do Complexo Escolar de Valença do Piauí-PI. Foi orientadora do curso supletivo Paulo Ferraz, que funcionava no período noturno, na Unidade Escolar Cônego Acilino. Em pouco tempo esse curso se estendeu até atingir outras escolas como a Unidade Escolar Carmina Veloso, Unidade Escolar Clovis Veloso, também fundado o Ginásio Luís Veloso, atualmente Unidade Escolar de Tempo Integral Maria Antonieta.

Durante os 37 anos que passou como educadora em plena atividade teve a oportunidade de enriquecer seu currículo, participando dos seguintes cursos:

  • Recreação Infantil;
  • Reciclagem de Professores do 1º Grau;
  • 1º Seminário do Ensino do 1º Grau;
  • Seminário de Relações Públicas;
  • Curso de Educação Integrada;
  • Primeiro Treinamento de Canuto de B. A.;
  • IV Congresso Nacional dos Servidores em Educação realizado em Fortaleza;
  • III Encontro Estadual de Supervisores Pedagógicos;
  • Curso de Avaliação do Ensino Supletivo;
  • Curso de Reestruturação de Metodologia de Educação Integrada;
  • Curso de implantação do programa de educação básica – PEB.

A Professora “Rosinha” veio a aposentar-se em 16 de março de 1992. Contudo ainda exerceu a função de Presidente da Associação de Pais e Amigos dos excepcionais (APAE), de Valença do Piauí por várias vezes. Participou dos Congressos Apaeanos em Parnaíba, de 5 a 7 de outubro de 1995, em Piripiri, de 9 a 11 de outubro de 1998 e em Teresina, de 3 a 5 de maio de 2000.

Atualmente, presta serviço voluntário a APAE de Valença do Piauí. Participa também de Associações Religiosas Pastorais e é membro do Conselho Estadual das APAEs do Estado do Piauí. Foi ainda componente do Conselho Paroquial e Conselho Municipal em Valença, sentido-se assim diante de tais feitos feliz e realizada em ter sido útil à sua cidade natal e continua sendo.

Foi por longo tempo membro ativo da Academia de Letras da Região Valenciana até que em 29 de abril de 2009 pediu junto ao Desembargador Dr. Juraci Nunes Santos o seu afastamento desta entidade. Mas puramente por reconhecer as suas limitações físicas e não por descaso. Sentiu-se realizada enquanto o seu vigor a permitir estar presente.

Dona Rosa foi fundadora do Clube Recreativo dos Operários de Valença do Piauí, intercedendo junto ao ministro Reis Veloso no tocante à aquisição dos recursos para a edificação do prédio.

Foi fundadora da primeira Associação de Idosos de Valença do Piauí-PI.

Fundou e ainda coordena a associação evangelizadora familiar “Mãe Rainha”. Criou também a Associação Terço dos Homens e ainda exerce a função de Ministra da Eucaristia na paróquia de Valença do Piauí.

Portadora de um saber inestimável, alimentava pensamentos tais como “Quem não vive para servir, não serve para viver”.

Sem sombra de dúvidas este documento tratou de uma personalidade que foi um ícone na educação valenciana prestando um serviço deveras altamente relevante.

Valença do Piauí (PI), 05 de novembro de 2019. 

MARIA DE JESUS GOMES DE SOUSA (1942)

Maria De Jesus Gomes De Sousa (1942)

Maria De Jesus Gomes De Sousa (1942)

Maria de Jesus Gomes de Sousa nasceu em Valença do Piauí no dia 05 de maio de 1942. Filha de José Gomes de Melo e de Francisca Ferreira da Cunha (a Dona Francina). Sua infância foi um misto entre a vida campesina e a urbana. A vida bucólica lhe oferecia um ar puro, um contato direto com a natureza ou mesmo o deleite de ouvir o cantar dos pássaros tanto no amanhecer e de igual forma no entardecer, sendo o canto da casaca ao anunciar o entardecer que lhe chamava mais atenção. O silêncio também era quebrado pelo aboio de seu pai quando da recolhida do gado para o pátio da Casa da Fazenda Barrocão, onde cuidava do rebanho da Padroeira de Valença, Nossa Senhora da Conceição e do Ó. A vinda à cidade, sob os cuidados de sua mãe, se resumiam a visitas familiares, obrigações religiosas e sociais, mas de forma tão efêmera que a menina Jesus ficava encantada com o aspecto urbanístico da arquitetura da cidade, cuja alegria tinha início quando se aproximava do Largo da Bela Flor, onde estava concentrada grande parte de seus familiares.

Na Fazenda Barrocão, Maria de Jesus e seus irmãos viveram a magia da infância, cuja sintonia servia de elo entre o ser e o querer de cada um, em momentos em que sonhos foram traçados e caminhos foram abertos rumo a uma trajetória de vida advinda através do conhecimento. Seus irmãos Maria do Socorro (in memoriam), Cícero Gomes, Francisco Gomes (in memoriam), Pedro Gomes, Raimundo Gomes, ajudaram a construir cada momento trilhado por Maria de Jesus rumo à formação educacional até a conclusão do curso para o exercício do Magistério. A irmã mais nova, Iacônia Maria, por ser a caçula e cuidada pelos laços do amor fraterno, acompanhou a Prof.ª Maria de Jesus já na fase em que esta rumava para maturidade profissional, momento em que já ocorria a convergência dos novos paradigmas educacionais em nossa cidade.

Maria de Jesus estudou as primeiras letras na Escola São José, situada na Rua Mundico Dantas, tendo como primeiros professores o Mestre José Francisco Ferreira e Maria Leontina dos Anjos. Quando migrou para o Grupo Escolar Cônego Acylino, teve como Professoras Dona Eutália Veloso e Dona Glorinha. Concluído o Curso Primário, prestou Exame de Admissão ao Ginásio, com aprovação na primeira etapa, o que lhe deu direito de ir com mais entusiasmo para Festa de Colação de Grau organizada pela escola onde estudava, momento que contou com a presença da família e das amigas Olga e Sistina, filhas do Sr. Sinhôzinho Dantas.

Comparecer às solenidades alusivas à Colação de Grau foi uma festa. A missa, uma graça divina. Todavia, o baile lhe gerou grande expectativa, porque neste a concludente usou um modelito confeccionado por suas primas Dodô e Elvira Gomes, duas referências da alta costura em Valença do Piauí. Elas capricharam tanto, que causou admiração nas pessoas, inclusive Dona Genó, mãe do Padre Marques. Após a festa, chamou a matriarca da família do saudoso Padre Marques chamou a atenção do Sr. José Gomes, por ter aceitado e permito Maria de Jesus ir ao baile de Formatura com um vestido sem mangas. Esquecia-se Dona Genó que Maria de Jesus estava dentro dos padrões que regiam a moda no final os Anos Dourados (1958).

Em março de 1959, Maria de Jesus Gomes entra no Ginásio Santo Antônio para cursar a 1ª série. Neste período a escola funcionava na Rua Mundico Dantas enquanto ela (Maria de Jesus) morava no Barrocão. Devido a distância, tinha que sair cedo de casa, acompanhada por seus irmãos e à noite, quando retornava, cansada, mas contente pela certeza do dever cumprido e o conhecimento absorvido. Às vezes, ficava na cidade, dormia na casa de suas tias e logo ao amanhecer seus irmãos já estavam a postos para seguirem até a Fazenda Barrocão. No ano seguinte, fixaram residência no Sítio Betel, ficando mais próximo do Ginásio. Posteriormente, moraram nas proximidades do Largo da Bela Flor e depois fixaram residência na Rua Padre Silva. A casa na cidade ainda existe, foi reformada e ampliada. Moram nela o seu irmão Cícero Gomes e sua cunhada Francisca Rodrigues (Pixica).

No Curso Ginasial não encontrou muita dificuldade. Adaptou-se muito bem, mesmo tendo que aprender dentre outras disciplinas, Latim, Francês, inglês e Música. Porém, sua afinidade mesmo era com Ciências Biológicas e Matemática. Se no Curso Primário suas amigas de estudo eram Avani Portela, Jesus Leite e Francisca Leite, no Curso Ginasial, dentre outras, foram Francisca Paraíba, Belinha Paraíba e Benedita Manoela.

O tempo passava, o conhecimento se multiplicava, e quando menos se esperava Maria de Jesus já estava concluindo o Curso Ginasial. Momento em que já se via trabalhando como balconista na Loja de tecidos do Sr. Gil Marques de Oliveira, situada no Mercado Municipal, ao lado da Igreja de Nossa Senhora do Ó. Neste período, tinha como companheira de trabalho a também aluna do Ginásio, Dolores Gonçalves. O Curso Ginasial foi concluído em 1962.

Em 1964, foi convidada para fazer um Curso de Emergência em Teresina oferecido pelo Governo do Estado do Piauí. O Curso tinha duração de 9 meses e dava direito a exercer a docência nas séries iniciais do Curso Primário. De Valença do Piauí foram: Rosa Maria Leitão, Maria de Jesus Gomes, Benedita Manoela, Teresinha Lopes dos Santos, Francisca Leite, Teresa Brito e Maria Amélia. Concluído o curso, retornaram e seguiram destinos diferentes, Rosa Maria e Teresinha Lopes foram lotadas em Valença, Francisca Leite, em Pimenteiras, Maria Amélia, Tereza Brito e Jesus Gomes, em Novo Oriente, e Benedita Manoela, em São Raimundo Nonato.

Após dois anos, Maria de Jesus vai a Teresina e consegue com o Secretário de Educação, Padre Baldoíno, sua transferência para Valença do Piauí, momento em que aproveitou e ingressou em 1967 na segunda turma do Curso Pedagógico, cuja conclusão ocorreu em 1969. Chegando em Valença, foi trabalhar no Grupo Escolar Cônego Acylino. Em 1982, prestou vestibular para o Curso de Licenciatura em Ciências para o 1º Grau, concluindo em 1983, mesmo ano em que nasceu o seu sobrinho Kássio Gomes, hoje também professor com destaque no cenário piauiense e brasileiro por realizar eventos de incentivo ao livro e à leitura.

A Prof.ª Maria de Jesus Gomes prestou serviço no Grupo Escolar Estado da Bahia, Ginásio Santo Antônio, Ginásio Luís Veloso e Educandário Claro Alves – EDUCA.

Em maio de 1985, ocorreu o enlace matrimonial com Joel José de Sousa, cuja bênção do sacramento foi proferida pelo Reverendo Padre Nerys Sobrinho. Anos mais tarde, o casal adotou como filho, Ycaro José Gomes de Sousa, filho de sua irmã Yacônia. Com o falecimento de seu esposo, Joel José de Sousa, Maria de Jesus seguiu para Teresina onde foi morar com o filho, à época estudante de Direito. Depois da formatura do filho, ambos retornaram para a sua terra natal. Ycaro é hoje um conceituado advogado no município de Valença do Piauí, casado com a também advogada Érica, e pai do Heitor, o primeiro neto de Maria de Jesus.

A professora Jesus Gomes atualmente está aposentada, mora no Bairro Lavanderia. É uma pessoa muito ativa, participa dos movimentos pastorais da Igreja. Já foi Presidente da Associação do Apostolado da Oração da Paróquia Nossa Senhora do Ó e Conceição, coordenou a Pastoral do Batismo, trouxe para o Bairro Lavanderia e coordena a Devoção da Mãe Rainha. Exerceu também a função de Ministra Extraordinária da Eucaristia e como católica praticante está sempre presente e de forma ativa em todos os movimentos pastorais da Paróquia de São Francisco de Assis e de Nossa Senhora do Ó e Conceição.

A Prof.ª Maria de Jesus Gomes de Sousa exerceu com muita veemência a docência nas escolas de Valença do Piauí. Acredita no poder da transformação que a educação proporciona às pessoas.  Assim, gosta do pensamento da Prof.ª Dr.ª Maria Flávia Bolela, quando diz “O Professor não pode mais mudar o mundo, mas pode fazer com que seu aluno tenha uma visão diferente do mundo.”.

Texto e pesquisa: Prof. Antônio José Mambenga
Valença do Piauí, 05 de novembro de 2019.

MARIA CELINA E SILVA (1963) 

Maria Celina e Silva (1963)

Maria Celina e Silva (1963)

Maria Celina e Silva nasceu no dia 20 de setembro de 1963, na localidade Tapera, município de Elesbão Veloso. Filha de Maria de Lourdes da Silva e Helvídio Alves da Silva. Cursou o Ginasial no Ginásio Monsenhor Cícero Portela Nunes, em Elesbão Veloso-PI. O Magistério no Colégio Santo Antônio, Valença do Piauí, o Curso técnico de nível médio em Meio Ambiente pela Secretaria de Educação do Piauí e-Tec Rede Brasil. Fez o curso de Licenciatura em Letras Português pela Universidade Estadual do Piauí (UESPI) e a Especialização em Docência do Ensino Superior pela Faculdade São Judas Tadeu, Especialização em Tecnologias em Educação pela PUC do Rio de Janeiro, Especialização em Gestão Pública pela Universidade Estadual do Piauí (UESPI), Especialização em Língua Portuguesa pela Universidade Estadual do Piauí (UESPI). Possui alguns cursos de aperfeiçoamento e ainda participou de alguns Congressos em áreas diversas, além de Conferências, Encontros, Simpósios, Oficinas, Seminários, Palestras como participante e também como ministrante, Fóruns, Festivais de Cultura, SALIPI, SALIVA. Possui 3 livros publicados, participação em várias antologias em nível municipal, estadual e nacional, tem alguns títulos de honra ao Mérito.

Celina Silva foi ainda entusiasta e uma das idealizadoras do Salão do Livro Regional de Elesbão Veloso. Sua vertente poética lhe permitiu o ingresso na Academia de Letras da Confederação Valenciana – ALCV, tornando-se uma de suas mais ativas colaboradoras.

A Professora Celina Silva é a atual presidente da Fundação de Desenvolvimento Intelectual e Cultural (FUNDEIC). Ao tomar posse ela revelou: “… essa vai ser a minha melhor experiência, considerando que já dirigi o GRUJOBASC, porque agora sou mais experiente… a expectativa é de fortalecimento da área cultural como um todo”.

Celina Silva é, além de uma incansável amante da cultura, uma poeta fecunda. Eis algumas de suas poesias:

Lágrimas
(Maria Celina e Silva)

As lágrimas são o desabafo
De um coração sofrido e rude,
Mas não é o remédio que se procura
Para a alma quando se ilude.

As lágrimas são a dor que ameaça
O peito dos corações que sofrem na distância,
Mas não é o caminho que se possa trazer
Alguém para matar a saudade de quem vive em ânsia
As lágrimas são o sofrimento sólido
Que o coração derrama,
Mas não é o antídoto que mata
A dor de quem ama.

As lágrimas são dor, sofrimento
E desilusão,
De todos aqueles que deixam
Nascer no peito uma paixão. 

A Pomba Branca
(Maria Celina e Silva)

Lá se vai a pomba passando,
Vai andando, andando, andando,
E eu a olhar…
Ela vai geometricando as ruas.

Ao se distanciar de mim
Observo apenas a brancura
Riscando as ruas.

Lá se vai a pomba branca,
A pomba da paz,
Da amizade
E da ternura.

A pomba que desnuda
E traz
A paz.

Envencilhamento
(Maria Celina e Silva)

Quero ficar com você,
Repousar no teu abraço,
Descansar na cama do teu corpo.

Na loucura do amor,
Me embriagar,
Me envenenar…
Morrer ao teu lado,
Bebendo em tua boca o veneno malvado,
Do beijo gostoso que você sabe dar. 

Elesbão Veloso, 07 de novembro de 2019.

HOMENAGENS PÓSTUMAS

MARIÊTA NUNES DE ALMEIDA (1949)

Mariêta Nunes de Almeida, nasceu no dia 18 de março de 1949, em Valença do Piauí, na Rua Mundico Dantas, nas proximidades da residência de Dona Eulália Nogueira. Seus pais são Valdimiro Henrique de Almeida e Irene Bandeira Nunes de Almeida.

Mariêta foi a primogênita da família Nunes de Almeida, formada por: Raimunda Nunes de Almeida (in memoriam), Ana Alice Nunes de Almeida, Lino Henrique de Almeida Neto (in memoriam), Valdice Nunes de Almeida, Valdirene Nunes de Almeida, Edneuza Nunes de Almeida, Araci Nunes de Almeida (in memoriam), Iracema Nunes de Almeida (in memoriam), Valdimiro Henrique de Almeida Fillho, Elisabete Nunes de Almeida, Odete Nunes de Almeida e José dos Passos Henrique de Almeida.

Sua infância foi marcada por um misto entre o mundo do pós-guerra e a efervescência dos anos dourados, momento que a cidade vivia as emoções provocadas pelo fluxo de pessoas de outras regiões que traziam seus filhos para receberem a educação escolar através dos conhecimentos repassados pela Prática Pedagógica do Ginásio Santo Antônio do reverendo Pe. Raimundo Nonato de Oliveira Marques. Foi neste clima que a menina Marieta viu e ouviu da geração mais adulta as informações necessárias para o bom andamento da vida.

Seus gestores mediavam a vida familiar, social e educacional da menina Marieta, lhe oportunizando viver a infância como as demais meninas da vizinhança, cujas brincadeiras não fugiam das outras da cidade.

As brincadeiras de roda, lagarta pintada, jogo de pedrinhas nas mãos, brincadeira do anel e bonecas, tudo isso ao lado de outras meninas de sua época, o que tornava a rua pequena para tantas brincadeiras sem esquecer as dramatizações, cujo palco eram as janelas da antiga residência da Rua Jarbas Martins, onde a realidade se fundia com os sonhos de criança e o papel de seda e o crepom substituindo as sedas, brocadas e veludos da vida real.

A vida escolar teve início no Grupo Escolar Cônego Acilino, em Valença do Piauí, sob a orientação da Professora Dona Mundiquinha Nunes. No Cônego Acilino, Marieta desenvolveu com facilidade os ensinamentos recebidos e como era muito extrovertida participava das atividades sociais e culturais da escola, seja nas artes dramáticas, na dança ou mesmo na declamação de poemas ou nos Desfiles Cívicos do Sete de Setembro, onde era a condutora Oficial do Pavilhão Nacional.

Concluído o Curso Primário no Grupo Escolar Cônego Acilino, Mariêta ainda em clima de Colação de Grau, prestou Exame de Admissão ao ginásio, logrando aprovação. Isso lhe deu direito no mesmo ano a ingressar na 1ª série do Curso Ginasial, no Colégio Santo Antonio, em Valença do Piauí. Neste período, o calendário apontava os anos 1960, o mundo girava ou de forma mais rápida ou os fatos e acontecimentos ocasionados pelos novos paradigmas sociais e educacionais ocorriam com mais velocidade, gerando ou provocando novas expectativas e Mariêta, já adolescente, tornava-se personagem neste cenário de transformação.

No Curso Ginasial, Mariêta despontou como aluna exemplar em todas as disciplinas e, juntamente com a amiga Francisca Menezes, conseguiram as primeiras colocações em notas. Muitas vezes as duas tiravam as melhores notas de todo Ginásio Santo Antônio. Na disciplina Matemática eram as melhores alunas não só da sala, mas de todo o Ginásio do Padre, como a Escola era conhecida. Isso lhe dava o compromisso e a responsabilidade de manter-se neste patamar. O ego é sempre bom e a deixava envaidecida.

Terminado o Curso Ginasial, em 1966, Mariêta já era funcionária do Escritório de Contabilidade de propriedade do Sr. Devaldino.

Além do escritório de contabilidade, exerceu as seguintes atividades: Diretora do curso supletivo na Unidade Escolar “Maria dos Prazeres”; professora de diversas disciplinas na área de Contabilidade no Colégio Santo Antônio; Professora e Coordenadora da Unidade Escolar “Maria Antonieta”; Chefe e Tesoureira do setor financeiro do Complexo Escolar, que funcionava no Prédio do Polivalente; Tesoureira da Prefeitura Municipal de Valença durante três anos na Administração do Prefeito Dr. Nemésio Veloso.

Em 1967, Marieta iniciou o Curso Pedagógico na Escola Normal Santo Antônio em Valença do Piauí, o que lhe deu direito de concluir em 1969 e deixando-a apta para exercer o magistério na educação valenciana.

Em 1970, ingressou no Curso Técnico em Contabilidade na Escola Técnica de Comércio Santo Antônio, o que lhe deu mais segurança nas atividades contábeis do escritório, neste período já pertencente ao Prof. José de Arimatea Coêlho. Nesse mesmo ano, Mariêta tornou-se Professora efetiva da rede estadual do Piauí, exercendo a função de Supervisora Escolar do Complexo Escolar Regional de Valença do Piauí.

Ainda fez diversos cursos de aperfeiçoamento: Curso de Datilografia (Valença do Piauí); Treinamento de Professores do 1º Grau e Aperfeiçoamento para Secretários de 1º Grau (Campo Maior); Curso Contabilidade Municipal – SEPLAN (Campo Maior); Treinamento para Supervisores Pedagógicos, Curso Serviços de Contabilidade, Curso de Legislação Previdenciária Vigente: Custeio de Benefício – INSS e Computação Data Net (Teresina); entre outros.

Em 1976, ocorreu a celebração matrimonial civil com Pedro da Silva e Freitas em sua residência na Rua Jarbas Martins, 261. Seus padrinhos de casamento foram o Sr. Newton Borges Leal e Rosa Santos Martins Castro. No mês seguinte, aconteceu o casamento religioso na Igreja Matriz Nossa Senhora do Ó e Conceição em Valença do Piauí, de cujo enlace nasceram Nayra Tyanne de Almeida Freitas e Neiwener de Almeida Freitas.

Em 1980, prestou exame vestibular para o Curso de Licenciatura Plena em Habilitação em Comércio, pela Universidade Federal do Piauí (UFPI). Concluiu com mérito o curso em Teresina.

Em 1990, mês de julho, Mariêta pediu transferência para Teresina, capital do Piauí, onde lecionou disciplinas do curso de Contabilidade no Premem Sul. Aposentou-se em 1995.

Em 22/12/2007 ocorreu sua transcendência deixando saudade à família, mas a certeza do dever cumprido. 

Valença do Piauí-PI, 05 de novembro de 2019.

PROFESSOR SOLIMAR GOMES (1962-2016)

Pofessor Solimar Gomes (1962-2016)

Pofessor Solimar Gomes (1962-2016)

A vida é um palco onde cada um se apresenta como pode e deve se apresentar. Não existem predestinados. Todos somos capazes e livres para aquilo que queremos ser ou fazer, dependendo do meio onde são encontrados os subsídios para realizar nossos sonhos.

A Bíblia Sagrada alude, na parábola do semeador, que o campo é o mundo; e a boa semente são os filhos de reino. Mas no terreno fértil as sementes lançadas nascerão e produzirão.

Baseado neste contexto, o momento torna-se oportuno para dizer que a Educação valenciana perdeu no mês de junho do ano de 2016 uma de suas grandes referências culturais na Educação Letrada, o Prof. Solimar Gomes de Sousa.

Solimar nasceu no município de Novo Oriente, na localidade Caraíba, no dia 15 de outubro de 1962. Filho do Sr. José Clementino Gomes e da Sra. Maria Ana da Conceição.  Meses após seu nascimento, a família foi residir na comunidade Pé da Serra, também no município de Novo Oriente. Com seis anos de idade, Solimar foi adotado por Dona Maria Gomes do Nascimento Lima e seu esposo, Sr. Gregório Barbosa. Estes o conduziram à comunidade Buritizal onde se radicou. O tempo passou e Dona Maria Lima ficou viúva, mas mesmo assim continuou criando seus filhos biológicos e seus filhos do coração, um total de cinco, dentre eles Solimar.

Dona Maria Lima casou-se novamente com o Sr. José da Costa Pina, mais conhecido na comunidade por Zezo. Passados uns anos, o casal Maria Lima e Zezo deixaram a comunidade Buritizal e foram morar na cidade de Novo Oriente. Para a nova moradia, levaram todos os filhos, inclusive Solimar. Em Novo Oriente, fixaram residência à Rua Sete de Setembro.

Apesar das constantes mudanças, sua infância foi igual a das demais crianças de sua época; vida bucólica ou mesmo cuidando dos afazeres da família, uma vez que praticavam a agricultura.

Foi entremeando a exuberante paisagem do Buritizal e adjacência que participava das farinhadas, moagens e outros trabalhos típicos da vida campesina. Mas o que lhe chamava atenção era a simbologia da arte rupestre tão comum na comunidade. Primeiramente entendia como uma coisa divina, mas o tempo se encarregou de descobrir que se tratava de vestígios humanos.

Solimar, recebeu suas primeiras orientações na Educação letrada com o Prof.ª França Abreu, de quem herdou a caligrafia e o aprimoramento da continuação da educação recebida em casa.

A vida lhe traçava caminhos. Ainda na puberdade ficou órfão de sua mãe do coração, Dona Maria Lima. Mas a convergência dos cuidados se dirigiu para o Sr. Cândido, filho de Dona Maria Lima e seu padrinho de batismo. Pessoa que Solimar tinha muito apreço e consideração. Percebia-se o apego e zelo quando se referia a “Padim Cãindo”.

O tempo passou, a adolescência apresentava sinais. Solimar pensa mais distante. O mundo lhe abria portas, os caminhos se cruzavam e a aprendizagem na família, os ensinamentos recebidos do Prof. França Abreu serviram de base e se imbricaram para rumar em busca de um destino.

Em 1978, Solimar rumbeia com destino à cidade de Picos-PI para prestação do Serviço Militar Obrigatório. Lá soube compreender, lidar e aplicar o dístico da Bandeira do Brasil “Ordem e Progresso”. Terminado o período, sob a orientação do Pe. Raimundo Nerys Sobrinho, seguiu para Teresina, capital do Estado, para ingressar na vida religiosa, no Seminário Menor.

Em Teresina, concluiu o Ensino Médio, estudou Filosofia e Teologia no Seminário Menor, cuja interligação com a Divindade Superior lhe fez ser uma pessoa temente a Deus, bem como o emprego da ética, dos bons costumes e de reserva pessoal. Comunicava-se com todos, mas tudo com moderação.

No início da década de 1980, quando saiu do Seminário, retornou para comunidade Buritizal e, por intermédio de seu padrinho Cândido Costa, exerceu a docência na escola local. Por volta de 1985 vem morar em Valença do Piauí numa casa do seu padrinho Cândido Costa, na Av. 15 de novembro. Em março de 1986, através da Prof.ª Teresinha Ferreira, à época Diretora do Colégio Santo Antônio, iniciou a docência na referida instituição. Em abril do mesmo ano, recebe portaria do Secretário de Educação lhe conferindo a cátedra das disciplinas Língua Portuguesa e Literatura. Mas o Prof. Solimar trabalhou no mesmo período com as disciplinas Filosofia e Religião.

Solimar possuía o dom da oratória, uma boa tonalidade vocal, cuja erudição ultrapassou os limites da cidade. Cantava, gostava das artes e, acima de tudo, uma pessoa temente a Deus. Tinha suas devoções prediletas. Não gostava das primeiras cadeiras, seguia os ensinamentos bíblicos para tanto.

Em 1994, prestou vestibular para o curso de Letras Português, no primeiro vestibular ocorrido em Valença pela UESPI, onde logrou a primeira colocação.

Em 2001, fez pós-graduação (latu senso) em Docência do Ensino Superior, na Faculdade São Judas Tadeu.
Trabalhou ainda com a disciplina Língua Portuguesa no Educandário Claro Alves.
Foi membro da Diretoria do CROVAPI CLUBE por mais de uma vez.

  • Trabalhou na Secretaria Municipal de Cultura, como chefe do Departamento de Turismo e Eventos Culturais.
  • Como agente cultural, foi membro da Quadrilha Matutos da Noite, da Profª Dona Rodrigues, onde foi noivo por várias vezes.
  • Foi o apresentador Oficial do Festival Cultural de Quadrilhas Juninas de Valença do Piauí, por vários anos, no Arraial do Gorgulho.
  • Foi Diretor do Colégio Santo Antônio.

O tempo passou, Prof. Solimar, muda de endereço, saiu da Av. 15 de novembro e foi para Rua 7 de setembro, local de sua residência própria. Com o passar do tempo, apresenta os primeiros sinais de debilidade na saúde, mas teve o apoio dos professores Ivanilson Paulo Mambenga e da Profª Rosali Ferreira que o conduziram até Teresina para tratamento.

Ultimamente, Prof. Solimar demonstrava sinal de cansaço, já prestava serviço no Centro de Educação de Jovens e Adultos Vitória da Costa Lima – CEJA, onde encontrou novos amigos na educação.

Mas como tudo é predestinado pelo Ser Supremo, seus amigos, não puderam acompanhar de perto seu estado de saúde, mesmo sabendo que ele estava procurando alternativas em Teresina. E para surpresa geral do povo valenciano, saiu a notícia de sua partida para dimensão Superior. Cuja transcendência ocorreu também de surpresa até mesmo para ele.

Foi o homem, ficou a sua História, na certeza que ninguém morre enquanto permanece vivo na memória das pessoas e de seus amigos pelo legado de amizade e cultural que deixou. 

Texto e pesquisa: Prof. Antonio José Mambenga

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